José Pedro de Freitas, o médium que ficou popularmente conhecido como Zé Arigó, nasceu na zona rural de Congonhas do Campo, região Central de Minas Gerais, no dia 18 de outubro de 1921. O homem simples que estudou até o terceiro ano primário tornou-se conhecido no Brasil e no mundo por causa das cirurgias e curas que realizava por intermédio do espírito do Dr. Fritz, um médico alemão que morreu em 1918, durante a Primeira Guerra Mundial. Mais de 4 milhões de pessoas foram atendidas por Zé Arigó em 21 anos de trabalho dedicados a mediunidade.
Arigó com a família é o bebê sentado ao chão.
Zé Arigó era aparentemente rude, mas no fundo um homem muito simples, da roça. Para os que conviveram com ele, era um sujeito alegre, bonachão, simpático. Católico fervoroso, sem nenhuma instrução sobre Espiritismo, leis da física, ciência ou religião, era dotado de muito senso ético, de um coração que transbordava bondade e forte senso de justiça.
Embora tenha tido uma infância normal, quando adulto afirmava ter sido perseguido por uma luz muito brilhante, que quase o cegava. Depois, começou a ouvir uma voz que lhe falava em uma língua estrangeira. Para isso tudo tem uma explicação mais adiante …
O médium era um dos oito filhos de um sitiante. Trabalhou como agricultor, cobrador de ônibus, operário de minas, comerciante (segundo dizem, daqueles que mais emprestava do que ganhava), dentre outras atividades.
Arigó distribuindo donativos aos mais necessitados.
Com 25 anos, casou-se com a costureira Arlete Soares de Freitas, sua prima de 4º grau, e teve seis filhos. As crianças foram chegando, uma atrás da outra, e com elas as noites de insônia, outras com muitos pesadelos e fortes dores de cabeça.
Arigó com a esposa Arlete e os filhos.
Nos sonhos, sempre ouvia a mesma voz de entonação rouca, num idioma que não entendia. Certa noite, sonhou que estava numa sala de cirurgia, entre médicos e enfermeiras, usando trajes antigos, reunidos em torno de um paciente. Quem dirigia a operação era um homem alto e calvo, cuja voz era muito familiar a Arigó.
Noite após noite, repetiu-se o mesmo sonho, e, depois de algum tempo, a figura central daqueles encontros se apresentou como o Dr. Adolpho Fritz, médico alemão desencarnado durante a 1ª Guerra Mundial. Ele disse a Arigó que o havia escolhido como o médium que deveria levar adiante a sua obra. Sua jornada não seria solitária. Outros espíritos, que tinham sido médicos quando encarnados, também o ajudariam. Ele, Arigó, deveria dedicar-se a tarefa de curar os enfermos e socorrer os aflitos.
Arigó durante uma de suas cirurgias.
Assustado com essa revelação, Arigó acordou aos gritos, assustado, chorando. Foi necessário procurar ajuda dos médicos que solicitaram exames clínicos e psicológicos. Os resultados apontaram para uma situação de plena normalidade. Mas os pesadelos e as dores de cabeça continuavam…
O padre da cidade tentou ajudá-lo com sessões de exorcismo (achava que Arigó estava possuído pelo demônio), mas não obteve nenhum resultado. Pressionado pela desagradável situação, Arigó resolveu atender, para experiência, aos pedidos feitos em sonho pelo médico alemão.
A partir de então, os episódios de cura começaram. Testemunhas contam que em certa ocasião, Arigó encontrou um amigo aleijado que andava apoiado em muletas quando, de repente, deu ordens ao companheiro para que largasse aqueles instrumentos e caminhasse sem eles. Desse dia em diante, o amigo nunca mais preciso das muletas. Estava curado.
O Caso do Político Mineiro Lúcio Bittencourt
O ano era 1950. As eleições estavam próximas e Lúcio Bittencourt estava em campanha em Minas para deputado federal, e para que Getúlio Vargas se elegesse Presidente da República. Os médicos já haviam diagnosticado que Lúcio Bittencourt sofria de câncer no pulmão e o aconselharam a ser operado nos Estados Unidos. Tinham, na verdade, pouca esperança de êxito na cirurgia.
O político resolveu adiar a cirurgia para depois da campanha eleitoral. Quando foi a Congonhas do Campo, ficou conhecendo Arigó, que já tinha sido dirigente sindical, e, impressionado com o seu carisma, convidou-o para participar de um comício em Belo Horizonte, onde ficaram hospedados no mesmo hotel.
Mais tarde, estando Lúcio Bittencourt estendido na cama, pensativo, preocupado com sua enfermidade, viu a porta do quarto abrir-se vagarosamente. Um vulto escuro, que lhe parecia ser de Arigó, entrou no quarto a acendeu a luz. Era realmente Arigó, em pé, imóvel, com uma navalha aberta na mão. Estarrecido, o candidato tentou sentar-se, mas uma estranha fraqueza dominou-o e ele caiu deitado de costas.
Na manhã seguinte, ao acordar, verificou que o paletó de seu pijama estava rasgado nas costas e coberto de sangue já coagulado. O câncer tinha sido removido com absoluto sucesso, como se confirmou mais tarde.
Lúcio Bittencourt estava completamente curado.
Apesar da perseguição da Igreja e das autoridades, Arigó fundou uma espécie de clínica, onde tratava gratuitamente até 200 pessoas por dia. O movimento começou a chamar a atenção do país e do mundo. Foi então que, em 1958, dois cientistas norte-americanos (Dr. Anorija Puharich e Dr. Belk) vieram especialmente para estudar e testar os fenômenos com Arigó.
O Dr. Puharich tinha um lipoma (tumor que não era maligno) há mais de sete anos, no cotovelo esquerdo, que apesar de indolor, incomodava demais. Depois de angustiosa indecisão, o Dr. Puharich resolveu pedir a Arigó para extirpar o lipoma. Quando Puharich chegou a clínica, na manhã seguinte, Arigó virou-se para os pacientes, que já enchiam a sala e perguntou se alguém teria um bom canivete brasileiro para usar no americano.
Embora horrorizado, Puharich não podia mais recuar. De todos os lados apareceram canivetes. Arigó escolheu um, voltou-se para o paciente e pediu que arregaçasse a manga e olhasse para outro lado. A cirurgia iria acontecer.
Alguns segundos depois, Puharich sentiu na palma da mão algo macio, juntamente com o canivete. Era o lipoma. O americano olhou para seu braço e notou a parte onde ficava o tumor totalmente desinchada. Havia apenas uma pequena incisão, de menos de cinco centímetros de comprimento e uma pequena quantidade de sangue.
A cirurgia não causou nenhuma infecção e o ferimento cicatrizou completamente. Toda a ação foi filmada pelo jornalista, escritor e pesquisador Jorge Rizzini, mostrando a operação que não durou mais do que cinco segundos. Os americanos não tiveram mais dúvidas e ficaram totalmente convencidos da veracidade dos fenômenos.
O secretário geral do Papa Pio XII foi uma das pessoas conhecidas que também foi operada e curada por Zé Arigó.
O ex-presidente Juscelino Kubistchek, amigo do médium mineiro, certa vez, levou sua filha Márcia até Congonhas do Campo para que Arigó a operasse. Ela sofria fortes crises de cálculos renais. A menina fez a cirurgia e foi curada.
Mesmo sem entender o que acontecia consigo, Zé Arigó era amparado por uma grande equipe espiritual muito elevada. Ele sempre creditou o benefício da cura a Jesus e a Deus. Por algumas vezes, essa equipe espiritual permitiu que ele perdesse os sentidos para atuar em seus pacientes e realizar as cirurgias. Quando voltava a si, era relatado o que tinha acontecido, e mesmo assim Arigó não acreditava. Por mais provas que recebia, o médium ainda relutava muito, com medo de estar cometendo heresia.
Após muitos acontecimentos, provas, e curas Zé Arigó, enfim, resolveu aceitar sua condição de médium de cura. Tudo o que ele mais queria era ajudar o próximo, e, aceitando a companhia dos espíritos amigos, passou a realizar as cirurgias e contribuir nas curas.
Mesmo utilizando canivetes e facas enferrujadas, nunca houve uma morte ou infecção. Também não foi registrada nenhuma complicação na saúde das pessoas que foram atendidas pelo médium.
Instrumentos que Arigó usava nas cirurgias.
Ainda assim, sua atuação incomodava os médicos e a Igreja. O exercício da mediunidade levou Zé Arigó duas vezes para a cadeia. As denúncias partiram da Associação Médica de Minas Gerais em união com a Igreja católica. Em 1957 ele foi condenado a 15 meses de prisão, denunciado como charlatão e curandeiro. Acabou sendo solto por um indulto concedido pelo então Presidente da República Juscelino Kubitschek.
Arigó e o presidente JK.
Em 1964 veio nova condenação. Dessa vez a 16 meses de prisão. Nessa ocasião ele próprio foi para a cadeia dirigindo seu jipe, já que a polícia não tinha carro disponível para levá-lo. Durante o período em que ficou preso, em Conselheiro Lafaiete, se dedicou a estudar o Evangelho e a atender os doentes que chegavam na cadeia em caravanas vindas de tudo quanto era lugar.
Arigó com a Bíblia preso pela segunda vez.
Tempos depois, ao receber a liberdade, Zé Arigó foi aclamado numa verdadeira festa popular, carregado nos ombros pelos moradores e amigos. Com a liberdade e certo de sua missão, ele continuou o seu trabalho no Centro Espírita Jesus Nazareno, que fundou em 1959.
O povo comemora com Arigó a saída da prisão
Arigó recebeu diversas pessoas ilustres ao longo dos anos em que exerceu a mediunidade de cura. Vários cientistas, jornalistas, políticos, celebridades artísticas, gente que vinha de várias partes do Brasil e do mundo para conhecê-lo e em busca da cura. A todos impressionou por seu carisma, humildade e sinceridade.
Seu desencarne
Zé Arigó teve um sonho em que previa para breve a sua passagem para o plano espiritual, através de uma morte violenta. No dia 11 de junho de 1971, ele esteve na clínica onde atendia, como de costume, mas avisou aos seus pacientes que teria que ir a uma cidade vizinha, a fim de buscar um carro de segunda mão, que acabava de comprar.
E, às 12h23 do dia 11 de janeiro de 1971, o médium Zé Arigó, ao voltar de um sítio perto de Congonhas do Campo, em Minas, passou mal enquanto dirigia, o que o fez perder o controle de seu Opala que, passando a contramão, bateu de frente num outro veículo. Na violência do choque, o “amigo de todos os sofredores”, como o definia Chico Xavier, desencarnou vítima de traumatismo craniano.
“E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.” Lucas, 17:19 O Grupo Cândida oferece todos os domingos de […]
Continue lendoA Fundação Espírita Nosso Lar foi criada no dia 2 de maio de 1953 pelo senhor Benedito dos Santos Corrêa. O […]
Continue lendoO EVANGELHO NO LAR “Quando o ensinamento do Mestre vibra entre quatro paredes de um templo doméstico, os pequeninos sacrifícios tecem […]
Continue lendoO Grupo Espírita Maria Cândida Corrêa completa 26 anos em Agosto de 2024. Ele cresceu e novos trabalhos foram chegando. O […]
Continue lendoNo próximo dia 20 de abril, domingo de Páscoa, não haverá o Tratamento Espiritual realizado de manhã no Grupo Cândida. A […]
Continue lendoResolvi reler um livro muito tocante, que me emprestaram durante a gestação e que sempre me vêm à mente em momentos […]
Continue lendo